Conversa com Deus!
Fico olhando pra você, da forma em que posso imaginar o que tenha sido tua dor, o massacre de tua carne, a dor de tua alma, teu corpo machucado.
E me pego a pensar nisso, diante de uma situação em que a revolta faz com que meu coração se angustie, com que minha ira, se volte contra quem me fez um mal.
E por incrível que pareça, me pego a pensar no teu sofrimento, nas chicotadas que dilaceraram tua carne, que fizeram teu sangue correr em teu corpo, e mesmo assim olhaste com misericórdia, pedindo ao Pai que os perdoasse.
Embora te ame tanto, não consigo ter essa nobreza, essa tua santidade, não consegui alcançar.
E odiei os que me fizeram mal, os que ameaçaram a vida de meu filho, chorei tanto e não consegui ter a tua grandeza, a tua benevolência, a tua misericórdia.
Sou pequena demais, e meu coração humano, ainda não aprendeu a não odiar, a não desejar o mal aos que me fazem mal.
Te peço perdão todas as vezes em que não consigo ser uma pessoa melhor, em que não consigo ter a misericórdia em meu coração.
E sei que és fiel e justo pra olhar em mim e ver o quanto sou falha, o quanto meu coração ainda precisa aprender mais de ti.
Interessante é perceber, que mesmo apesar da dor, do medo e da revolta, senti que tu estavas sempre ao meu lado, sem jamais descansar.
E mesmo no momento de minha ira, de meu medo, a certeza de ter você comigo, me deu a força para não fraquejar.
Depois da tempestade vem a bonança, posso ver tua mão em tudo, posso ver tua proteção na hora do perigo, livrando-nos do mal maior, e então a grande pergunta é: O que queres me ensinar com isso?
Não é o porque meu Deus aconteceu?
Mas, é o para que Senhor ?
O que estás querendo me dizer com isso?
E de certa forma, ter em meu coração os teus sofrimentos, me fazem perceber, porque Tu te colocaste na forma humana, sentindo dores, sentindo as traições, os desafetos, as mentiras, a violência, desse ser a quem chamas de filhos, criaturas que fizestes, esperando serem tua imagem e semelhança.
E o homem se volta, encontra caminhos diferentes dos que Tu tens em teu coração, para cada um deles, e mesmo assim Tu continuas de braços abertos esperando o retorno, do filho ingrato, do filho que deu as costas e acreditando ser suficientemente bom pra tudo, decidiu caminhar, longe de Ti.
A humanidade resolveu andar sobre o seu próprio erro, e agora tem que rever seus conceitos, rever seus sentimentos todos, olhar e ver que o Deus que os criou, permanece ali, sempre á espera.
A espera de um movimento em sua direção, de um gesto, de um ato de amor em direção ao outro, ao seu próximo, que muitas vezes nem é seu conhecido, mas que se encaminha em sua direção, e estende a mão em busca de ajuda. Na espera de um movimento em seu favor.
E Tu, estás justamente ali, naquela mão que se estende, no pedido de socorro, no precisar de ajuda, no eu preciso de você.
Mas, o tempo não pode parar e muitos não podem perder tempo, para te ajudar, para olhar no teu olho e ver teu sofrimento, não há tempo para isso.
E o caminhar se torna cada vez mais egoísta, cada vez mais solitário, o homem esta só, ficando só na sua dor, porque não tem tempo para parar, e olhar para Ti.
E assim, cresce a violência, o descaso, a falta de amor, leva o homem a exterminar o seu igual, deixando-se enveredar pelo caminho que não tem volta, o caminho da desobediência.
E Tu meu Senhor, continuas ali, com tuas dores expostas, tuas chagas abertas, teu corpo dilacerado, teus olhos fixos, tuas mãos estendidas, mostrando através da tua dor, que o teu povo pode ser luz, quando se voltar e aprender mais de Ti.
Pai, ensina-me a perdoar
Pai, vê meu coração limpa minha alma
e sara minhas feridas, as revoltas que a vida me causa, o ódio que sentimos quando, situações de violência nos atingem, que não seja o ódio a guiar meus sentimentos, antes seja a tua justiça feita em nossas vidas.
Ache em mim verdadeiro adorador!
Por: Ailza Trajano
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