Folhas Secas!

Como folhas secas caem, assim muitos dos nossos sonhos também viram folhas, e como elas também secam, e caem.
E por vezes saem desmontando todos os nossos ideais, como se não tivessem visto que seriam importantes acontecerem. E saem abrindo feridas causando dores, abrindo o coração em pedaços, dilacerando a alma, num trajeto impetuoso como um furacão em fúria, que termina em terra, como se bastasse apenas chegar de um modo qualquer.
E refazer os galhos, para deles brotarem novas folhas leva-se um tempo minucioso, muitas vezes folhinhas pequenas se perdem em meio a outros galhos, que vão engolindo os pequenos segundos que se tentam refazer uma folhagem mais forte.
E assim feito folhas nossos sonhos vão se remontando, se desdobrando para atingir o auge de poder crescer novamente, em outro momento, em outras esperanças, em outros terrenos mais frutiferos.
E como o coração é um terreno extremamente fértil, lá estará ele novamente, semeando a terra, regando a semente que jamais se cansa de renascer, de brotar sempre mais e mais.
E enfim, quando se parece difícil, ou as vezes se perde a esperança de ter o coração vibrando com um novo sorriso, com um novo olhar, ou mesmo um simples caminhar, ali surgirá um novo amanhecer, trazendo a folha que terá a grandeza de refazer a planta reproduzir, de espalhar novos ramos, abrindo em meio ao deserto uma sombra, que abrigará com certeza a semente mais desejada no coração, o amor!
E como o amor jamais se cansa de recomeçar, essa é sempre uma promessa sem limites da vida.
Essa vida que tem os caminhos mais tempestuosos para o amor, que o faz estar em lugares tão impensados, que o faz entrar nos corações mais duros, que é capaz de transformar a mais rude palavra, num gesto de amor, que é capaz de não medir esforços para estar onde se quer.
Essa mesma vida que não consegue se viver sem amar, e que por isso mesmo, esconde o amor.
Para que, quando assim o encontrarmos, possamos reconhecer nele a nossa vida, dando assim continuidade ao ciclo, o amor que gera vida, da vida que não se faz sem amor.


Por: Ailza Trajano

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